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Recessão a bordo: pela primeira vez, o projeto será em terra firme, com o mesmo conceito "all inclusive" e shows |
Rio - A crise financeira embarcou no cruzeiro Emoções em Alto Mar, que
Roberto Carlos faz há 11 anos: para 2017, o encontro anual do cantor com
os fãs deverá ser num resort no Nordeste, que já está sendo negociado.
Provavelmente na Praia do Forte, na Bahia, em fevereiro ou em abril, mês do aniversário do "rei".
"Quando começamos, o dólar
era R$ 1. Hoje está R$ 4 e com previsões de aumentar. Do ano passado
para cá, a tarifa quase dobrou, porque 70% das nossas operações são em
dólar. A gente se preocupa com os fãs do Roberto. Pela primeira vez, o
projeto será em terra firme, com o mesmo conceito: 'all inclusive' (com
refeições e opções de lazer incluídas) e shows", anunciou o empresário
do cantor, Dody Sirena.
"Se não for no mar, pelo menos será de frente para o mar", completou Roberto, em entrevista nessa quinta, 21, no cruzeiro.
O Costa Pacifica, transatlântico onde está sendo realizada a viagem, com
cerca de 3.000 fãs, saiu na quarta, 20, de Santos, lotado - uma
demonstração de que as dificuldades financeiras não abalaram essa edição
do projeto.
A diferença para as anteriores foi que os bilhetes se esgotaram só agora
em janeiro, quando em anos passados isso acontecia em agosto. Para
2017, o temor é quanto à ausência de transatlânticos na costa brasileira
e o aprofundamento da crise.
"Acho que, para o fã de verdade, a crise não abala. As pessoas parcelam
em até dez vezes, mas vêm", disse a aposentada curitibana Nara
Gonçalves, de 65 anos, que ganhou o cruzeiro de presente de Natal dos
filhos.
"Estou chorando até agora", contou. A cabine mais barata para duas
pessoas, interna, custa R$ 8.896 (R$ 1.779,20 por cada uma das cinco
diárias). A mais cara, R$ 27.840 (R$ 5.568).
Na entrevista, na passagem do cruzeiro pelo Rio, Roberto minimizou a
crise, atribuindo-a à conjuntura mundial, e aproveitou para falar também
do cenário político brasileiro. Foi uma surpresa, uma vez que
comentários do gênero são raros em seus mais de 50 anos de trajetória
artística.
"O nível de corrupção é algo vergonhoso, tem que mudar de alguma forma. A
corrupção tem que ser punida. Quem está fazendo mal para o Brasil não
pode continuar."
Roberto prometeu um CD de músicas inéditas, o que é aguardado desde
2003, para o qual disse já ter quatro composições. O último lançamento
com novidades foi em 2012, ano de "Esse cara sou eu" e "Furdúncio".
"A prioridade é o disco de inéditas, isso me faz muita falta. E também a
minha biografia. Acho que vocês devem esperar antes de comprar qualquer
outra", brincou o cantor, que brigou na Justiça contra sua biografia
não-autorizada. Ele falou também de seu perfeccionismo, que acaba
atrasando os trabalhos.
"Eu não entrego meus discos. Eu abandono. E procuro não ouvir depois,
porque sempre acho que poderia ter uma grave aqui, um agudo ali."
Roberto também anunciou um CD em espanhol e outro em italiano.
Às vésperas dos 75 anos, fez graça quando lhe perguntaram sobre sua vida
amorosa e até sexual, dizendo que estava solteiro e que usa Whatsapp,
Facebook e Viber.
"Estou solteiro, mas não tenho nada contra o casamento. Mas também nada
contra a solteirice." O "rei" contou até que já recebeu nudes - fotos
sem roupas -, mas ressalvou que nunca mandou um para ninguém.
Fonte: Revista Exame
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