Diante de toda a incerteza
política com a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma
Rousseff, envolvendo opositores e também aliados, PCdoB e PDT decidiram
reiterar o apoio ao governo. Neste domingo (6), o governador Flávio Dino
(PCdoB), o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), e o presidente do
partido, Carlos Lupi (PDT) , concederam uma entrevista coletiva em
conjunto para dizer que o impeachment não procede.
Último a falar, Ciro Gomes foi o mais
incisivo nas críticas à tentativa de impedimento do governo prosseguir
no comando do País. Enfático, o político cearense disse que o
vice-presidente Michel Temer é “sócio íntimo” do presidente da Câmara
dos Deputados, Eduardo Cunha, e que ele seria o maior interessado na
derrubada do governo petista. “Pergunte o que ele [Temer] acha sobre as
acusações de corrupção e contas na Suíça de Cunha(…) ele não tem
opinião”, disse. “Michel Temer é o capitão do golpe”, acusou.
As três lideranças
reconheceram as falhas da gestão de Dilma, mas lembraram que o
impeachment só se justifica na democracia brasileira em caso de crime de
responsabilidade pela presidente, o que não foi provado até o momento.
Ao reiterar o apoio do PCdoB ao governo, Dino afirmou que críticas são
legítimas, mas que “nada pode estar acima do País”. “Nós não podemos nos
calar e aceitar passivamente uma virada de mesa. Não podemos aceitar
que se rasgue a constituição”, disse.
Pelo mesmo viés, o presidente
pedetista, Carlos Lupi, disse ter absoluta confiança em como Dilma
Rousseff trata o dinheiro público, desqualificando a tentativa da
oposição de derrubar a presidente. Como esperado, Eduardo Cunha também
foi alvo de críticas agressivas. “É um criminoso querendo tirar o foco
do seu crime”, afirmou Lupi em alusão ao presidente da Câmara.
Apesar do apoio à continuidade da gestão
do PT, os representantes dos dois partidos da base aliada pediram que o
governo volte aos ideais que o fizeram chegar ao poder. Foram feitas
críticas aos níveis de emprego, à desaceleração do ritmo das políticas
sociais e ainda ao desalinhamento com o discurso dos sindicatos e
movimentos sociais. “Queremos que a Dilma se reconcilie com os grupos
que a colocaram no poder e que agora se sentem enganados”, cobrou o
ex-governador do Ceará.
Ainda na entrevista concedida no Palácio
dos Leões, a sede do governo maranhense, os partidos anunciaram a
abertura de uma página no Facebook chamada “Golpe nunca mais” – em
alusão ao golpe de 1964 – que culminou na ditadura militar que perdurou
por mais de 20 anos no País. A intenção, segundo Flávio Dino, é alertar a
população para os horrores que podem ser causados com ações
antidemocráticas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário