O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
mencionou um pagamento de R$ 5 milhões feito pela OAS ao vice-presidente
da República, Michel Temer. Menção consta em uma mensagem pelo
aplicativo WhatsApp entre Cunha e o dono da empreiteira, Leo Pinheiro,
condenado na Lava Jato.
"Eduardo Cunha cobrou Leo Pinheiro por ter pago, de uma vez, para
Michel Temer a quantia de R$ 5 milhões, tendo adiado os compromissos com
a 'turma'", descreve o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em
documento que foi assinado pelo ministro do STF Teori Zavascki, que
fundamentou as buscas da Operação Catilinárias nesta semana.
A operação atingiu as residências do presidente da Câmara. Em seguida
à mensagem de Cunha, o empreiteiro pede "cuidado com a análise para não
mostrar a quantidade de pagamentos dos amigos". A mensagem estava no
celular de Leo Pinheiro, apreendido em 2014 pela PF.
As informações são de reportagem dos jornalistas Graciliano Rocha e Bela Megale, da Folha de S. Paulo.
Ao jornal, Temer afirmou que o repasse é legal e enviou extrato de
cinco doações da OAS feitas ao PMDB entre maio e setembro de 2014, cuja
soma chega a valor semelhante ao citado por Pinheiro: R$ 5,2 milhões.
Segundo Temer, as doações foram declaradas à Justiça Eleitoral. "Não
há nenhum problema em relação a isso e tudo ocorreu com absoluta
transparência", informou a assessoria de imprensa do vice-presidente.
Fonte: Brasil247
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