domingo, 19 de janeiro de 2014

Compulsivos por sexo podem contrair doenças, emagrecer e perder parceiros

  Nas telas do cinema, o filme Ninfomaníaca, do diretor Lars Von Trier, que estreou na semana passada, mostra a história de Joe, uma mulher compulsiva por sexo que age de maneira insensível para ter satisfação sexual. Especialistas ouvidos  explicam este vício está ligado à depressão e pode prejudicar a saúde física, causando doenças, além da perda do convívio social.
De acordo com a psiquiatra, professora da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e coordenadora do Prosex (Programa de Estudos em Sexualidade) da USP, Carmita Abdo, o diagnóstico de compulsão sexual se dá quando o sexo passa a ser prioridade na vida da pessoa e acaba prejudicando outras atividades do cotidiano, como trabalho, horas de sono, alimentação.
— As pessoas compulsivas por sexo emagrecem, têm relações desprotegidas sem medo de contrair doenças sexualmente transmissíveis e chegam ao ponto de pagar profissionais para satisfazerem suas necessidades.
Além dos prejuízos físicos, como doenças e a fadiga, o psicoterapeuta Ângelo Monesi, diretor do Instituto Paulista de Sexualidade, explica que a pessoa poderá sofrer também consequências sociais.
— Pessoas próximas a ela, como marido, namorado, por exemplo, podem se distanciar. Há também o afastamento da família e a desconstrução da própria vida social. Tem gente que só se aproxima daquela pessoa para conseguir aquele fim.
Carmita ainda explica que a causa da doença é desconhecida, mas a hipótese mais provável é que seja um "distúrbio de neurotransmissores que provoca a vontade exacerbada por sexo".
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Já do ponto de vista de Monesi, toda compulsão, seja ela sexual ou não, tem como base a depressão.
— Normalmente a compulsão sexual se desenvolve quando a pessoa tem algum tipo de histórico de repressão ou frustação nesta área. O obsessivo não tem domínio sobre a própria vontade. A pessoa não pensa direito.
Idade e sexo
Apesar de os termos para descrever o apetite sexual excessivo serem diferentes para mulheres (ninfomania) e homens (satiríase), a psiquiatra explica que não há distinção entre os sexos na hora de definir o transtorno.
— A compulsão sexual é mais frequente em homens, mas vem crescendo entre o grupo feminino. Uma das explicações pode ser a mudança no comportamento sexual e também o fato de as mulheres ocultaram menos seus desejos.
Os primeiros sinais do problema podem aparecer ainda na infância e adolescência, mas costuma atingir o auge na vida adulta.
— As crianças podem mostrar interesse por masturbação e objetos eróticos e passam a ser adolescentes com uma atividade sexual acima da média. Nas pessoas mais velhas isso não é comum, mas caso a pessoa apresente algum sinal de compulsão sexual é importante investigar, pois pode estar relacionada com outras causas, entre elas, demência.
Tratamento
O tratamento não significa abstinência sexual, mas reeducação que deve ser trabalhada em conjunto com o psicoterapeuta. Carmita explica que os medicamentos entram em cena para controlar a libido. Sem o acompanhamento profissional a pessoa não consegue reduzir a frequência das relações.
— É algo incontrolável que também acontece com outros tipos de compulsão, como não parar de lavar as mãos.
Pornografia infantil
De acordo com Monesi, hoje em dia, há “uma onda por compulsão por pornografia”, principalmente na internet. Segundo ele, isso vem acontecendo por causa da baixa capacidade de a pessoa lidar com suas frustações.
— Há homens viciados em sexo na internet, mas não funcionam na cama com as mulheres. Isso acontece, pois na internet, ele faz no ângulo que ele quer, com a mulher que ele quer, ou seja, vive a experiência sem precisar fantasiar.
Fonte: R7




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