quarta-feira, 5 de março de 2014

Risco de ter enfarte ou AVC cresce após ‘explosões’ de raiva

 O risco de sofrer um enfarte ou um acidente vascular cerebral (AVC) aumenta nas duas primeiras horas após uma ‘explosão’ de raiva, na comparação com situações em que não há descontrole emocional. É o que afirmam pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, com base em uma revisão sistemática de nove estudos e metanálise.
Os resultados foram publicados nesta terça-feira, dia 3, na revista científica European Heart Journal, e levaram em conta mais de 6 mil eventos cardiovasculares.
De acordo com o trabalho, risco de uma pessoa sofrer um enfarte do miocárdio ou síndrome coronariana aguda nas duas horas subsequentes a um rompante de fúria aumentoa quase cinco vezes, na comparação com momentos em que o voluntário não está emocionalmente abalado. Também foi constatada uma probabilidade três vezes maior de ter um acidente vascular cerebral nessas condições.
Amostra
Os pesquisadores analisaram estudos realizados entre janeiro de 1966 e junho 2013; todos eles tratavam das relações entre a raiva e os episódios cardiovasculares.
Os nove estudos escolhidos somavam, juntos, 4.546 casos de enfarte, 462 casos de síndrome coronariana aguda, 590 casos de acidente vascular cerebral isquêmico, 215 casos de acidente vascular cerebral hemorrágico e 306 casos de arritmia.
Agravante
O risco cardiovascular após um ataque de fúria é maior para pessoas que já tenham histórico de doenças cardíacas, ressaltou a principal autora do estudo, Elizabeth Mostofsky, de Harvard.
“Embora o risco de sofrer um evento cardiovascular agudo após uma explosão única de raiva seja relativamente baixo, o risco pode ser cumulativo para pessoas com episódios frequentes de fúria. Isto é particularmente importante para indivíduos que têm maior risco devido a outras condições subjacentes, como é o caso de pessoas que já sofreram enfarte ou derrame, bem como no caso daquelas que são diabéticas”, escreveu Elizabeth.
Considerando pessoas que tenham um rompante de cólera por mês, a probabilidade de sofrer uma parada cardíaca para voluntários de baixo risco cardíaco é de um a cada 10 mil indivíduos. Para aqueles com alto risco cardiovascular (que apresentem um histórico de doenças desse tipo, por exemplo), o risco aumenta para quatro a cada 10 mil.
Causas
Mais estudos são necessários para entender por que a ira pode afetar de forma tão importante o coração, escreveram os pesquisadores. Segundo eles, ainda não é possível dizer que a raiva cause diretamente os eventos cardiovasculares. Mas o estudo deixou claro, argumentam, que há algum tipo de relação entre os dois elementos.
Eles dizem que os resultados são bastante consistentes nos nove estudos analisados, embora os trabalhos tenham sido conduzidos ao longo de um período de mais de 18 anos – e realizados em diferentes países, com grupos variados de pessoas.
Os autores dizem que existem vários mecanismos que podem explicar a relação entre explosões de raiva e problemas cardiovasculares. O estresse psicológico tem sido relacionado, por exemplo, ao aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial.
As alterações no fluxo sanguíneo, afirmam os cientistas, podem causar a formação de coágulos sanguíneos, além de estimular as respostas inflamatórias.
Novas estratégias
“Considerando essa relação com as emoções, se os médicos perceberem que o nível de nervosismo de seu paciente é relativamente alto, eles poderão, talvez, considerar intervenções psicossociais ou farmacológicos. Alguns antidepressivos, por exemplo, podem melhorar o controle de impulso”, escreveu outro autor do estudo, o professor Murray Mittleman, também de Harvard.
Outra ideia, de acordo com os pesquisadores, seria testar a eficácia de estratégias que evitem ou combatam o estresse, ajudando a afastar os episódios de raiva, como ioga e relaxamento.
* O trabalho foi financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA. Os autores declararam que não há conflitos de interesses envolvidos. 

 O conteúdo deste blog tem caráter informativo e não substitui consultas médicas.
Fonte: ESTADÃO




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