sexta-feira, 14 de março de 2014

Lucena: “Chapa com Henrique, Wilma e João Maia é a cara do desastre”

 O deputado estadual Nélter Queiroz, do PMDB, antecipou o que, para ele, deverá ser a chapa vencedora do pleito de 2014, com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB) candidato ao Governo; a vice-prefeita Wilma de Faria (PSB) para o Senado; e o deputado federal João Maia (PR) para vice-governador. A chapa, sem a presença do PT, claro, não deixou os petistas muito contentes. Um deles, o vereador Fernando Lucena, chegou a dizer que essa chapa seria “a cara da derrota”.
“Nélter anunciou que a chapa está completa: Henrique para governador, Wilma para o Senado e João Maia para vice; é a cara da derrota. É a cara do desastre”, afirmou Fernando Lucena durante a sessão da Câmara Municipal de Natal nesta quinta-feira.
A declaração de Nélter foi publicada na terça-feira pel’O Jornal de Hoje. O vice-governador Robinson Faria, do PSD, pré-candidato ao Governo, e a deputada federal Fátima Bezerra, do PT, possivelmente candidata ao Senado, não teria força contra a chapa encabeçada por Henrique e Wilma, devido à trajetória, aos “serviços prestados” e, consequentemente, ao capital político dos dois.
“Acredito que será um somatório de fatores convergentes para construção de um projeto para o Estado”, disse o deputado, dizendo acreditar na composição político/eleitoral que no seu entendimento está faltando apenas a homologação dos nomes nas respectivas convenções.
Além das declarações de Nélter sobre a força da chapa não fazerem sentido, para Lucena, o próprio deputado também não tem muita coerência. “Nélter calado, já está errado. É um pau mandado dos Alves. Votou contra Rosalba (Ciarlini, governadora do DEM) e depois foi beijar a mão dela”, criticou o vereador de Natal, afirmando que o parlamentar seria, apenas, um seguidor dos líderes partidários, Henrique Eduardo Alves e o ministro Garibaldi Filho.
Lucena também afirmou que essa chapa composta por Henrique, Wilma e João Maia não representa mudança alguma para o povo do Rio Grande do Norte. “Vão botar outro? É o mesmo time, só trocam os jogadores. Tudo farinha do mesmo saco”, afirmou ele, lembrando que o PMDB e o PR fizeram parte do bloco de apoio do Governo Wilma de Faria e, depois, apoiaram a gestão Rosalba Ciarlini.
“João Maia precisa de um caminhão de papel para pedir desculpas se Henrique ganhar”
O vereador de Natal aproveitou o rápido pronunciamento na Câmara Municipal para atacar os Alves. Contudo, é bem verdade que isso não chega a ser uma novidade. O parlamentar já disse outras vezes que Henrique e Garibaldi nunca conseguiram coisa alguma para o RN, mesmo ocupando posições de destaque no Congresso – Henrique é presidente da Câmara Federal e Garibaldi foi presidente do Senado.
Contudo, o destaque da fala de Lucena nesta quinta-feira foi as palavras endereçadas para o deputado federal João Maia, cotado para ser vice de Henrique. O petista relembrou a atitude do presidente estadual do PR que, ao deixar de apoiar a ex-prefeita de Natal, Micarla de Sousa, mandou uma carta aberta para o povo de Natal pedindo desculpas pelo apoio dado.
“Quero recomendar a João Maia uma resma de papel para pedir desculpa por apoiar Rosalba e, se Henrique ganhar, um caminhão de papel para pedir desculpa. Ô homem para pedir desculpa”, ironizou Fernando Lucena, acrescentando que é preciso o povo ficar atento, “para depois não pedir desculpa”.
POSICIONAMENTO
É importante lembrar que Fernando Lucena, que nunca foi muito favorável a um apoio do PT ao candidato do PMDB, também apareceu como um dos primeiros a criticar a postura peemedebista na discussão sobre potenciais alianças. Segundo o vereador, o partido de Henrique e Garibaldi teria excluído o PT da chapa majoritária, preferindo abrir espaço para Wilma de Faria e o PSB.
Lançando candidato próprio ao Senado (a deputada Fátima Bezerra), o PT agora está próximo de fechar uma aliança com o PSD de Robinson Faria. Com isso, as palavras de Lucena, que antes eram de um crítico, agora, já podem ser encaradas, também, como as de um adversário político.
Fonte: Jornal de Hoje

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