sábado, 7 de julho de 2012

Garibaldi: “Carlos pode estar ‘dormindo’ com uma inimiga”

Eduardo Felipe
Garibaldi Alves Filho
O ministro da Previdência, Garibaldi Filho (PMDB), avalia que a eleição em Natal será decidida em dois turnos. Ele reconhece o favoritismo da chapa de Carlos Eduardo (PDT), que tem a ex-governadora Wilma de Faria (PSB) como vice. Mas avisa: vai botar “sangue pela boca” na disputa, em Natal e nos municípios mais importantes. Sobre a opção de Wilma ser vice após três mandatos de prefeita e dois como governadora, o ministro analisa: “Acho que ela está tentando voltar ao poder, seja a nível municipal, no futuro uma candidatura majoritária, já que ela teve esse insucesso. Cabe a Carlos Eduardo analisar isso”.
Para Garibaldi, que não esconde de ninguém que sua maior adversária política já foi a ex-governadora Wilma de Faria, derrotada por ele na última eleição ao Senado, Carlos Eduardo deve levantar a orelha e descobrir o que planeja a ex-governadora. “Não tem aquela história do sujeito dormir com o inimigo? Aquele risco que a pessoa enfrenta? Tem até aquele livro, que virou filme, ‘Dormir com o Inimigo’”, diz o ministro, aconselhando o primo, mas que hoje é adversário político, a “saber se ele está, realmente, tendo ao lado uma aliada generosa, que Wilma passou a ser, aparentemente, ao ser a vice dele”.
 
“Uma pessoa coma biografia dela, passar a ser vice... É a interrogação que não é minha só, não é malícia política minha e não tenho essa malícia toda. Mas todo mundo pergunta: por que ela seria agora a vice se ela foi prefeita três vezes? Foi a titular três vezes? No passado, ele foi o vice dela”, continuou o ministro, concluindo, todavia: “Mas, política, dizem que é assim: muito dinâmica. E eu tenho um passado que me ensina que ela (a política) é assim realmente (muito dinâmica). Você não pode ficar olhando para trás, pelo retrovisor, dizendo: - Eu não vou fazer isso por conta do que aconteceu há não sei quanto tempo atrás. Você tem que ser coerente, mas não tanto de não ver que a política é um exercício dinâmico”. 
 
OPORTUNISMO
Além de lançar um cabedal de interrogações acerca dos reais propósitos que envolvem a aliança de Carlos Eduardo com Wilma, Garibaldi Filho, com a experiência de quem já disputou dezenas de eleições, já sabe como classificar a união. Para tanto, a palavra chave é “oportunismo político”. “A princípio Carlos Eduardo procurou aliar o fato de ele ser o primeiro nas pesquisas àquela que aparecia despontando como a candidata que iria fazer mais frente a ele naquela oportunidade. Foi uma aliança que, apesar de que eles estiveram juntos aí durante muito tempo, e ele foi vice dela, e agora está se dando o reverso da medalha, eu diria que foi uma tática oportunista de juntar os dois que no momento estavam nessa situação”, disse. “Mas como o quadro mudou. Quem diria que a própria Wilma fosse vice de Carlos Eduardo?” 
 
Para o ministro, a questão dos escândalos administrativos – “foliaduto”, “ouro negro”, “superfaturamento da ponte”, “sinal fechado”, dentre outros – do governo Wilma não é o que mais conta, no caso, porque ela é “apenas” vice. “Pode ser que pesem, mas, às vezes, a população não leva muito em consideração. Ela vai ser apenas a vice, se ela fosse a titular, ela estaria mais exposta a isso”, observou. 
 
CAMPANHA
Ciente de que passará a semana em Brasília, nas atribuições do Ministério, o líder do PMDB potiguar diz que nos finais de semana se dedicará integralmente à campanha, em Natal principalmente, e nos principais municípios do Estado. “Vou participar como eu poderei, vou dar tudo de mim. É uma campanha que será feita, sobretudo, pela televisão aqui em Natal. Mudou um pouco, já fui candidato a prefeito e cheguei a ir de casa em casa. Hoje não, a TV monopoliza o debate. Mas eu, claro, eu não quero aqui deixar de dizer isso, podem acreditar, eu vou botar sangue pela boca, maneira de dizer, para ajudar, porque a eleição do município é indispensável para qualquer projeto político maior. Ela é a base”, destacou.
Fonte: Jornal de Hoje

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