O ministro da Saúde Alexandre Padilha |
Rio de Janeiro – Passados 25 anos da criação do modelo de
estruturação do Sistema Único de Saúde (SUS), feito a partir da
Constituição Federal de 1988, o projeto não saiu do papel. A opinião é
do presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ),
Jorge Darze.
“No Rio de Janeiro o que está faltando é implantar o SUS. Na verdade
o que nós temos é um arremedo de SUS, nós ainda temos no Rio de Janeiro
as três esferas de governo fazendo a gestão de suas próprias unidades,
cada uma olhando para o seu umbigo, esquecendo que o sistema é único”,
disse o sindicalista.
A subsecretária de Unidades Próprias da Secretaria de Estado de Saúde
(SES), Ana Lucia Eiras das Neves, admite que ainda falta muito para o
sistema funcionar perfeitamente, mas destaca que o atendimento melhorou
muito nesses 25 anos. “Houve um avanço, a estruturação lógica de rede,
de regulação, de organização de serviços, de oferta. No momento temos
um cenário em que os serviços estão sendo oferecidos, os municípios
estão investindo em atenção básica. As demandas ainda continuam muitas,
mas já houve um avanço”.
Para ela, a principal melhoria foi a universalização do atendimento.
“O sistema agora é único, ou seja, toda a população pode utilizar, o
que é um avanço em relação ao modelo anterior e até em relação a muitos
países mais desenvolvidos. Nós temos que continuar investindo, a
parcela precisa aumentar, as demandas são crescentes, há um
envelhecimento da população, há um avanço de tecnologia, com custos
crescentes e a gente precisa melhorar na questão do financiamento”,
admite a subsecretária.
Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mostram que a rede de
atenção básica na cidade passa por uma reestruturação. Nos últimos anos,
foram inauguradas 70 clínicas da família, que cobrem agora 41% da
população; os hospitais Evandro Freire, na Ilha do Governador; e Pedro
II, em Santa Cruz; além de duas maternidades, o Hospital Maternidade
Maria Amélia Buarque de Hollanda, no centro; e o Hospital da Mulher
Mariska Ribeiro, em Bangu. Também estão já em atividade sete novos
centros de Atenção Psicossocial (CAPs).
A SMS oferece os serviços em 200 centros municipais de Saúde (CMS),
para o atendimento básico; nove policlínicas de atenção secundária e
ambulatorial especializada; 13 centros de Atenção Psicossocial para
saúde mental; 14 unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), que fazem cerca
de 100 mil atendimentos mensais cada; e cinco coordenações regionais de
Emergência (CER),que ficam ao lado de grandes emergências de
hospitais, para atender casos menos graves. A rede pública da cidade do
Rio conta, ainda, com seis hospitais de emergência e dois de
pronto-atendimento; seis hospitais especializados, três unidades
psiquiátricas, três hospitais pediátricos e um de geriatria, que
atendem encaminhamentos da atenção básica; dez maternidades e uma casa
de parto.
A SMS destaca que as clínicas da família em toda a cidade fizeram, no
ano passado, mais de 25,6 milhões de procedimentos ambulatoriais e as
UPAs e CERs contribuíram para a redução pela metade dos atendimentos de
emergência nos grandes hospitais da rede. Desde 2009, as UPAs do
município fizeram mais de 3,6 milhões de atendimentos, com taxa de
resolubilidade de 98% dos casos.
Na rede estadual de assistência à saúde, são 52 unidades de
Pronto-Atendimento ; 21 hospitais, sendo seis com maternidade, e oito na
capital; seis institutos estaduais, especializados em hematologia,
cardiologia, dermatologia, diabetes, endocrinologia, doenças do tórax e
infectologia; dois postos de Atendimento Médico (PAM); o Centro de
Diagnóstico por Imagem (Rio Imagem); e o Centro de Tratamento
Psiquiátrico e de Adictos, para dependentes químicos.
A SES também mantém o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu
192), na capital; o Instituto Vital Brasil, que faz pesquisa e produz
soros e medicamentos; centros de hidratação contra a dengue e 18
farmácias populares, sendo seis no município do Rio. A assessoria da
secretaria estadual destaca o aumento do número de leitos de unidades de
terapia intensiva (UTIs) mantidos pelo estado, que passou de 269, em
2006, para 992, em 2013; os partos passaram de 15,2 mil para 23,4 mil; e
o número de exames de imagem subiu de 25,3 mil, em 2007, para 595,3
mil, em 2012.
Fonte: Carta Capital
Nenhum comentário:
Postar um comentário