quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Espírito Santo enfrenta a maior chuva de toda a sua história



O Espírito Santo enfrenta a maior chuva desde que começaram as medições meteorológicas no Estado, há 90 anos. As informações são do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Um canal de umidade associado à presença de Zonas de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) mantêm o tempo encoberto em todo o Estado.

A chuva deve continuar até sábado (28), em função das condições de instabilidade. Podem ocorrer volumes significativos nas Regiões Sul, Serrana, Grande Vitória, noroeste e em municípios do Nordeste situados ao sul do vale do Rio Doce.

Já foram registrados acumulados de chuva com volume superior a 700 milímetros desde o início do mês de dezembro em alguns municípios do Estado. “O solo já está muito encharcado, e a continuidade da chuva só agrava os impactos”, disse Hugo Ramos, meteorologista do Incaper. Ao todo, 14 capixabas morreram, e mais de 46 mil tiveram que deixar suas casas.

Os estragos causados pela chuva já são considerados maiores do que a tragédia registrada na enchente de 1979, que afetou municípios de Minas Gerais e Espírito Santo localizados no vale do Rio Doce. Quase 48 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Foram registradas 74 mortes, e 4.424 residências atingidas nos dois Estados. A maior cheia da história do Rio Doce foi em 1997, quando o manancial ultrapassou a cota de 8,70m. Em Colatina, a cota de inundação do Rio Doce é de 5,2m. Em outras palavras, ao atingir este nível, o rio transborda e pode inundar vários pontos da cidade.

A Secretaria Nacional de Defesa Civil continua enviando alertas de risco de inundação e deslizamento de terra na Região Serrana e alagamentos em Linhares e Colatina devido ao nível do Rio Doce estar acima da taxa de inundação. O Rio Doce deve ultrapassar a cota de 10m. Devido às fortes chuvas ocorridas no leste de Minas Gerais nos últimos dias, o Incaper recomenda seguir as informações do sistema de alerta de cheias da bacia do Rio Doce, do site: http://www.cprm.gov.br/alerta/site/boletim.html

Diversas atividades agrícolas foram afetadas, como cafezais, pastagens, hortaliças e frutas. No interior, mais de 200 pontes foram danificadas ou arrancadas pela força das águas. Houve deslizamento de barreiras de terra e rompimento de dezenas de barragens. Estradas rurais estão intransitáveis, e comprometem o escoamento da produção de alimentos. Mais de 100 mil litros de leite foram perdidos. O fornecimento de ração para a avicultura também foi afetado, principalmente no município de Santa Maria de Jetibá.

Com um total de 47 municípios afetados, vários deles com dificuldade de acesso, órgãos do Governo do Espírito Santo, Prefeituras Municipais, Defesas Civis, Corpo de Bombeiros, Exército, Força Nacional e milhares de voluntários trabalham nas áreas afetadas para socorrer vítimas, retirar pessoas das áreas de risco, transportar e distribuir donativos. “Fazemos um apelo neste momento. É importante lembrar sobre a necessidade de seguir as orientações do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil. Vidas precisam ser salvas”, disse Evair Vieira de Melo, diretor-presidente do Incaper.
Fonte:  eshoje




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