Integrante do PSOL, Robério Paulino. Foto: Divulgação |
O professor Robério Paulino, integrante do PSOL no Rio Grande do
Norte, criticou o modo como estão sendo feitas as articulações para a
escolha do candidato a governador nas eleições deste ano, por partidos
como o PMDB, por exemplo, que já há algum tempo está na vanguarda dos
debates, procurando um candidato que conforte o desejo do partido e o
apoio dos aliados, e esperando o momento certo para apresentá-lo à
avaliação popular.
De acordo com o professor do Departamento de Políticas Públicas da
UFRN, as articulações políticas locais têm se dado dentro de um modelo
típico de se fazer a “velha política” no Brasil, o que, segundo ele,
favorece o “troca-troca” que se verifica nos bastidores dos poderes.
“Eu penso que essas articulações elas têm se dado dentro de uma mesma
tipologia de fazer política em nosso País, em nosso Estado, o que a
gente chama de a velha política, a política do troca-troca de favores,
de cargos. As pessoas foram para as ruas em junho do ano passado dizer
que chega dessa velha política, porque as pessoas estão cansadas dessa
política corrupta, fisiológica, dessa política, digamos, onde os
políticos pensam estritamente em seus interesses e não pensam nos
interesses da população”, declarou o professor em entrevista ao “RN em
Debate” (diariamente, 12h15, TV União).
Ainda segundo o integrante do PSOL, é esse modelo de política que
“embasa a corrupção” e é nele que a política no Rio Grande do Norte está
inserida. Robério dá exemplos de como funciona: “O apoio no Congresso
Nacional em troca de cargos, de ministérios; o apoio na Assembleia
Legislativa e na Câmara Municipal em troca de secretarias e a política
funciona assim, embasa corrupção, embasa o fisiologismo e essa é a
política do Rio Grande do Norte”.
Conforme explica Robério, esse modelo de política não acontece em
países como o Japão, por exemplo, em que o primeiro ministro – que
equivale ao presidente no Brasil – quando eleito só pode nomear dez
pessoas para fazer parte de sua equipe. “No Brasil o presidente da
República nomeia dezenas de milhares de pessoas, o governador, a mesma
coisa, e isso abre espaço para esse troca-troca na política”.
Robério ainda criticou alguns nomes de candidatos que são proclamados
como nomes naturais para assumir a vaga de chefe do Executivo nas
eleições de outubro deste ano. Ele repudiou nomes como os de Garibaldi,
Henrique e Wilma, questionando que transformações eles fizeram quando
tiveram a oportunidade de governar o Rio Grande do Norte.
“Eu não vejo nenhum dos candidatos que estão colocados aí, que se
diferencie dessa velha política. Quase todos eles ou todos eles já foram
governadores e eu pergunto: que transformação fizeram? A senhora Wilma,
o Sr. Garibaldi, o Sr. Henrique Alves, o que fizeram, pergunto, em
2012, para evitar a catástrofe que nós tivemos no interior, com a perda
de 30%, 40% do nosso rebanho? É uma incompetência impressionante”, disse
Robério Paulino, acrescentado que a única coisa com que esse grupo se
preocupa é “com o troca-troca de cargos e a divisão da máquina do Estado
entre os partidos que estão no poder”, conclui.
Com 4 pré-candidatos ao governo, PSOL escolherá nome em prévias
Convidado a concorrer ao governo do Estado nas eleições deste ano
como candidato do PSOL, o professor Robério Paulino conta com apoio de
parte considerável dos integrantes da legenda, mais de 50%, segundo ele.
“Há essa discussão interna no PSOL e no congresso estadual do partido
já havia uma maioria, mais de 50% indicando o meu nome, mas apareceram
outros nomes de companheiros, de militantes da organização, então, em
respeito ao processo democrático, vai haver um processo de prévias”.
Os outros companheiros citados por Robério são o vereador Marcos do
PSOL, o servidor público do Estado Santino Arruda, que também é
coordenador-secretário do Sindicato dos Servidores Públicos da
Administração Indireta do RN (Sinai), e o professor aposentado da UFRN
Laílson Almeida.
As prévias acontecerão por meio de debates entre os candidatos, a
partir deste sábado dia 22 de fevereiro até o dia 6 de abril, quando
será discutido quem é o melhor nome para representar o partido nas
próximas eleições. Robério Paulino é confiante de sua escolha e já faz
planos de governo, caso saia vencedor no pleito. “Acredito que nós vamos
conseguir maioria para viabilizar essa pré-candidatura e se, digamos,
essa tarefa chegar à minha incumbência, eu espero representar bem o
PSOL.
Se por acaso o governo do Estado caísse em nossa mão, nós faríamos
uma transformação profunda na forma de fazer política no Estado, na
economia, na educação na saúde, em ampliar sensivelmente os serviços
públicos”, planeja.
Fonte: Jornal de Hoje
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