A BBom teve as contas bloqueadas pela Justiça Federal por suspeita de
ser uma pirâmide financeira. A empresa, que tem cerca de 300 mil
associados, é a segunda a ter as transações financeiras suspensas por
esse motivo nas últimas 3 semanas.
A decisão atinge as contas da Embrasystem, que usa os
nomes fantasias BBom e Unepxmil, e da BBrasil Organizações e Métodos
LTDA, bem como os bens dos sócios proprietários de ambas.
Em entrevista ao iG
, o diretor da BBom, Ednaldo Bispo, afirma não ter tido ainda acesso à
decisão, mas irregularidades e diz que os pagamentos da empresa aos seus
promotores continuam normalmente.
"Eu penso que o nosso modelo [ de negócios
] não foi devidamente esclarecido. E eu até entendo a posição da
Justiça. A gente não gosta, mas entende", afirma Bispo. "Vai ser a
grande oportunidade de mostrar como [ a empresa
] funciona."
A BBom informa ser o braço da Embrasystem que comercializa
produtos e serviços oferecidos pela empresa por meio de marketing
multinível – um modelo de varejo que premia os vendedores que atraem
outros vendedores para a rede. O principal serviço, segundo Bispo, é o
de rastreamento de veículos.
A juíza susbstituta da 4ª Vara Federal de
Goiânia, Luciana Laurenti Gheller, porém, considerou que os pagamentos
feitos a cada participante da rede "depende exclusivamente do
recrutamento feito por ele de novos associados", de acordo com nota
divulgada no site do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). A
BBom cobra dos revendedores taxas de adesão que variam de R$ 600 a R$ 3
mil.
A juíza também apontou como evidência o fato de
que a Embrasystem não tem autorização da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) para comercializar os rastreadores de
automóveis. O diretor da empresa afirma que os equipamentos são
homologados.
"A empresa que presta o serviço de monitoramento não
precisa de homologação, mas o equipamento, sim. Nós temos todas as
homologações [ do rastreador
] feitas diretamente no fabricante."
O diretor da empreas firma que o faturamento da empresa é
composto da venda de rastreadores e, no longo prazo, dos serviços de
monitoramento.
Em todo o Brasil, 13 são investigadas
A empresa já tinha se tornado alvo de investigação do
Ministério Público do Rio Grande do Norte (MP-RN), que anunciou no
último dia 2 a abertura de inquéritos contra seis empresas por suspeita
de pirâmide financeira.
Em todo o Brasil, 13 empresas são investigadas atualmente
por suspeita de pirâmide, segundo Murilo Moraes e Miranda, presidente
da Associaçao do Ministério Público do Consumidor (MPCon) e promotor do
Ministério Público de Goiás (MP-GO).
Com um argumento semelhante, no dia 18 de junho a Justiça
do Acre suspendeu os pagamentos e bloqueou os bens dos donos da
Telexfree, que informa comercializar pacotes de telefone por internet
(VoIP, na sigla em inglês). Os responsáveis também negam irregularidades
e entraram com um mandado de segurança contra a decisão que, na última
segunda-feira, manteve o bloqueio.
Fonte: IG
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