Morreu nesta madrugada de hoje, aos 71 anos, o ex-senador João
Faustino Ferreira Neto. O falecimento ocorreu no Hospital do Coração, em
Natal, devido a complicações cardíacas ocasionadas por um quadro de
Leucemia Mieloblástica Aguda, doença que foi diagnosticada há
aproximadamente 15 dias. O velório está sendo realizado na Capela
Central do Cemitério Morada da Paz, em Emaús. O ex-senador deixa a
esposa Sônia e os filhos Edson, Fátima e Lissa e netos.
Em sinal de pesar pela morte, a Governadora Rosalba Ciarlini decretou
luto oficial de três dias em todo o Estado e determinou o hasteamento
da bandeira do Estado a meio pau em todas as repartições públicas, em
honra à memória do professor. A governadora Rosalba Ciarlini esteve
presente ao velório nesta manhã e falou que o ex-senador vai fazer falta
para o Estado. “João deixou marcas do seu trabalho, do seu
empreendedorismo, dinamismo no nosso Estado. Cada cidade do Rio Grande
do Norte com certeza tem a marca desse trabalho. Como educador, João
Faustino tinha um amor muito grande, foi um ótimo secretário de
educação. Depois, como parlamentar sempre na defesa do nosso Estado. Deu
grandes contribuições para o RN. Deixa uma grande lacuna, uma grande
saudade e o nosso reconhecimento e agradecimento do povo potiguar”.
O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, que não está no
Estado, confirmou a vinda para o sepultamento e, por meio de nota,
lamentou a morte do amigo. Estou muito chocado porque foi uma morte que
veio muito rapidamente. Nós não sabíamos, nem amigos, nem sua família,
que ele estava tão doente. Nunca estamos preparados para essa perda”,
disse o Ministro. O senador José Agripino também está fora do Estado,
mas confirmou que estará presente no sepultamento do ex-senador, que
será realizado às 17h.
Iberê Ferreira, ex-governador do Estado, também esteve no velório e
falou sobre o amigo. “João foi uma pessoa que entrou na vida pública e
deu exemplo de uma pessoa tranqüila, que sempre procurou resolver os
problemas do Estado, da melhor forma para o Rio Grande do Norte. Lamento
muito e acho que Estado vai sofrer uma perda muito grande com a
ausência de João”, lamentou o ex-governador.
O ex-ministro e ex-governador de São Paulo, José Serra, lastimou a
morte do companheiro João Faustino pelo microblog Twitter. “Foi-se o
João Faustino, amigo querido, companheiro da UNE, do PSDB, do Congresso,
do governo FHC, do governo de SP. Bom caráter. Grande homem público”.
“Faleceu João Faustino. Inacreditável. Vivia com sua simplicidade e
alegria de sempre. Uma vida de lutas, ganhando, perdendo. De cabeça
erguida”, lamentou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves pelo
Twitter.
O deputado federal João Maia disse que João Faustino fará muita
falta. “João Faustino tem uma história que todo o Rio Grande do Norte
lembra. Fará muita falta a sua Família, seus amigos e a todos nós”.
O diretório estadual do Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB), partido ao qual João Faustino era filiado, lançou nota de pesar
pelo falecimento do ex-senador. “Respeitosamente, lamentamos a perda e
ressaltamos a contribuição de João Faustino para todos que com ele
conviveram. Elevamos nossas preces para que Deus o receba e o acolha em
paz”.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ricardo Motta, se
solidarizou com a morte de Faustino. “João Faustino, um cordial amigo
que tive, foi um homem público de atitudes moderadas sem perder a
firmeza dos seus ideais. Um homem de formação democrática e de diálogo.
Um conciliador nato, respeitado por todas as forças políticas do Rio
Grande do Norte pelo seu estilo onde o radicalismo jamais encontrou
lugar. Estou perplexo pela sua morte brusca, ao mesmo tempo em que me
solidarizo com todos os seus familiares”. Os deputados estaduais
Raimundo Fernandes e Gustavo Fernandes, o ex-deputado Ney Lopes de
Souza, e outras algumas autoridades políticas também estiveram presentes
na Capela para prestar suas últimas homenagens a João Faustino.
O plenário do Tribunal de Contas do Estado aprovou, à unanimidade,
voto de pesar pelo falecimento do ex-deputado João Faustino. O
Ministério Público Especial junto ao Tribunal, também se associou a
iniciativa.
Breve Biografia
João Faustino – Eleição, prisão, livros e perdão
Nascido em 1942, João Faustino foi militante no movimento estudantil e presidente da União Estadual dos Estudantes do RN. Graduou-se em Pedagogia e Matemática pela UFRN, onde se tornou professor titular. Possuía pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas e Universidade de Michigan. Em 2008, publicou o livro “A Escola que vivi – memórias de um educador”, no qual faz um histórico da Escola Técnica Federal norte-riograndense.
Nascido em 1942, João Faustino foi militante no movimento estudantil e presidente da União Estadual dos Estudantes do RN. Graduou-se em Pedagogia e Matemática pela UFRN, onde se tornou professor titular. Possuía pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas e Universidade de Michigan. Em 2008, publicou o livro “A Escola que vivi – memórias de um educador”, no qual faz um histórico da Escola Técnica Federal norte-riograndense.
Foi secretário de Educação do município de Natal entre 1971 e 1972.
Também foi titular da Secretaria Estado de Educação do Rio Grande do
Norte entre 1975 e 1979. Em 1978, se elegeu pela primeira vez deputado
federal, então filiado a Arena. Seria reeleito em 1982 e em 1990. Em
1986 concorreu ao Governo do Estado pela aliança popular. Pertenceu ao
PDS, PFL e atualmente era filiado ao PSDB.
Entre 1999 e 2002 exerceu cargos na Presidência da República. Eleito
em 2002 como 1º suplente do senador Garibaldi Alves Filho, exerceu o
mandato entre 15 de julho e 12 de novembro de 2010. Nas eleições de
2010, foi eleito novamente 1º suplente, desta vez do senador José
Agripino Maia.
Em 2011, ele foi preso temporariamente por suposto envolvimento na
Operação Sinal Fechado, deflagrada pelo Ministério Público (MP), que
investigou as irregularidades na inspeção de carros do Departamento
Estadual de Trânsito (Detran). No final de 2012, João Faustino lançou o
livro “Eu perdôo”, uma autobiografia sobre os acontecimentos da vida
dele, como o assassinato do pai e a Operação Sinal Fechado, que culminou
na prisão de Faustino.
Fonte: Jornal de Hoje
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