O jeito “quietão” do mineiro
Fernando Mitre esconde um humor afiado. E é assim que ele também conduz
sua vida profissional, acompanhando de perto o que é notícia e
revelando, nos bastidores o que não mostra no vídeo. Mitre, que acaba de
assumir o cargo de Diretor de Jornalismo e Esportes de todos os
veículos do Grupo Bandeirantes, também é comentarista do “Jornal da
Noite” e apresentador do programa “Canal Livre” e diz se sentir mais à
vontade fazendo jornalismo nos bastidores, cobrando e contribuindo com
os colegas sem precisar se expor em horário nobre. “Meu perfil é de uma
participação mais reflexiva, mais final de noite”, pondera.
Nascido na cidade de Oliveira, o
jornalista começou a escrever para jornais da sua cidade aos 16 anos.
Com 19, já era editor de “Internacional” do Correio de Minas, em Belo
Horizonte, e um ano depois assumia o cargo de secretário de redação do
mesmo jornal. Passou pelas faculdades de Direito e Economia até se mudar
para São Paulo (SP), onde concluiu o curso de Letras na PUC e colaborou
para a criação do extinto Jornal da Tarde, onde foi chefe de redação
por três vezes. “Tenho uns 20 anos de universidade, mas não sou exemplo
pra ninguém. Eu nem contava isso pros meus filhos quando eram mais
jovens porque era um mau exemplo”, brinca.
Perto de completar 70 anos, Mitre se
entusiasma ao falar sobre os debates presidenciais, critica a beleza
gratuita no jornalismo de televisão e se surpreende com a sua crescente
popularidade, proporcional ao sucesso do personagem Fernando Litre,
interpretado pelo ator Eduardo Sterblitch no programa “Pânico na Band”.
“Se o Litre teve algum impacto na minha vida? Ô!”, diverte-se.
Em sua sala no primeiro andar da
central da Band, no bairro do Morumbi, zona sul de São Paulo, Mitre tem
vista para toda a redação, pequena diante do número de profissionais que
coordena – são 30 emissoras em todo o país. Entre eles, alguns
polêmicos, como o jornalista José Luiz Datena, “provavelmente o maior
comunicador de notícias da televisão brasileira”. “Datena é polêmico
sim, e ainda bem. Quando ele saiu [da Band para a Record, em 2011, onde
ficou apenas 43 dias], eu fiquei muito triste. Quando voltou, fiquei
muito feliz.”
E segue decisivo, desta vez ao falar
sobre a perda do colega e amigo Joelmir Beting, morto em novembro do ano
passado. “Ele é insubstituível. Eu não vejo ninguém com condições de
fazer o que ele fazia. Foi uma perda brutal, absurda. Nem entendi muito
bem o que aconteceu”, diz.
IMPRENSA
– A Band tem tradição em cobertura esportiva. Com a Copa das
Confederações e a Copa do Mundo, quais as expectativas da emissora?
Fernando Mitre -
Estamos com um planejamento espetacular, nós vamos fazer uma cobertura
maravilhosa não só na Copa das Confederações, como na Copa do Mundo, que
é a tradição da Band. O desafio da Band, assim como nas Eleições, me
lembra um pouco esses grandes eventos esportivos, porque a cada evento
você tem de dar um salto de qualidade, e o desafio só aumenta. Se você
pegar a cobertura de Eleições da Band, que pra mim é uma das marcas
fundamentais do jornalismo da emissora, os nossos resultados no período
eleitoral são os melhores possíveis, e os nossos debates estão se
modificando.
O que acha do jornalismo que está sendo feito hoje na TV ?
Há vários tipos de jornalismo. Os
telejornais clássicos do horário nobre, que dão o noticiário com as
matérias sempre buscando resultados de audiência, têm uma abordagem e
tratamento diferentes dos jornais de fim de noite, que sem dúvida
nenhuma vão ser cada vez mais reflexivos, enquanto os do horário nobre
serão cada vez mais rápidos, feitos com painéis completos, prestígio e
credibilidade, como é o caso do “Jornal da Band”.
Fonte: portalimprensa
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