Os chefes militares da Venezuela apareceram na TV estatal da Venezuela
nesta terça-feira (5) para jurar lealdade ao vice-presidente Nicolás
Maduro, pouco após o anúncio da morte do presidente Hugo Chávez.
Ele prometeram cumprir a Constituição e a "vontade de Chávez".
"Estamos coesos para cumprir e fazer cumprir os preceitos
constitucionais e a vontade do nosso líder comandante em chefe Hugo
Rafael Chávez Frías", disse o ministro da Defesa, Diego Molero.
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O ministro também expressou em nome das Forças Armadas seu apoio ao vice-presidente Nicolás Maduro, ao presidente do Parlamento, Diosdado Cabello, e a todos os demais poderes do Estado.
"Você podem com Forças Armadas do povo para o povo, com todos os seus
homens e mulheres dispostos da dar tudo de si para cumprir a
Constituição", disse o ministro, assegurando que o exército marcará
presença em todo o território venezuelano para "garantir a segurança e a
soberania" do país.
O
ministro da defesa da Venezuela, Diego Molero, durante discurso que
sucedeu o anúncio da morte do presidente do país, Hugo Chávez, nesta
terça-feira (5) (Foto: Telesur/AFP)
O anúncio ocorreu após o vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro,
convocar as forças armadas e a polícia para garantir a paz na Venezuela.
"Estamos determinando uma mobilização especial da Força Armada Nacional
Bolivariana e da Polícia Nacional Bolivariana neste momento para
acompanhar e proteger o nosso povo e garantir a paz", disse Maduro em
rede nacional de TV.
Chávez morreu aos 58 anos de idade após lutar contra um câncer
diagnosticado em junho de 2011 que tentou praticamente exclusivamente em
Cuba.
Mais cedo, Maduro, herdeiro político e possível sucessor de Chávez,
havia denunciado uma "conspiração" contra o regime e acusado
funcionários diplomáticos americanos de participação nela.
Luta contra o câncer
Chávez lutava contra um câncer desde junho de 2011 e, após realizar um
tratamento em Cuba contra a doença, havia voltado ao país natal em
fevereiro deste ano.
Ele foi um dos mais destacados e controversos líderes da América
Latina. Desde que assumiu o comando da Venezuela, em 1999, o militar da
reserva promoveu mudanças à esquerda, na política e na economia.
Ele nacionalizou empresas privadas, atribuiu ao Estado atividades essenciais, além de mudar a Constituição, o nome, a bandeira e até o fuso horário do país (1h30 a menos que o horário de Brasília).
Chávez foi reeleito pela primeira vez em 2006, com mais de 62% dos votos, e novamente em 2012, com 54%.
Ele tentou chegar ao poder pela primeira vez em 1992 através de uma tentativa fracassada de golpe de Estado, que fez com que fosse preso.
Em 2002, já no comando do país, sofreu um golpe de Estado que o tirou do poder por quase 48 horas. Foi restituído por militares leais, com a mobilização de milhares de seguidores.
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