Divulgação
Alex Escobar
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Alex Escobar
Fãs do futebol vão ter a opção de assistir a alguns jogos da Copa do Mundo com uma narração mais espontânea, bem-humorada, repleta de informação e diferente dos padrões. Esta é a proposta de Alex Escobar, o mais novo narrador esportivo da Rede Globo. Carioca de Bangu, 39 anos, Escobar teve uma carreira meteórica. Após ser comentarista do canal SporTV, passou a apresentador da edição carioca do Globo Esporte da Globo, e, após nove meses de testes, virou narrador.
Escobar está introduzindo na TV brasileira um estilo de narrar
diferente do tradicional, que teve origem nas grandes figuras que vieram
do rádio. "Não tenho potência de voz", reconhece o ex-locutor de FM. De
fato, as transmissões que tem feito no Campeonato Brasileiro se
destacam pelo "bate-papo" com os comentaristas e repórteres, tornando a
narrativa mais leve.
Escobar não se limita apenas a falar o nome dos jogadores.
Características, obrigações táticas e comportamento dos atletas são
apresentados aos telespectadores o tempo todo. "Sempre procuro me
informar bastante sobre todos os times e, com a internet e as redes
sociais, ficou ainda mais fácil", disse o narrador, que tem como espelho
o veterano Silvio Luiz. "Meu estilo se assemelha mais ao dele." Apesar
disso, considera Galvão Bueno o melhor de todos. "Jamais teria condições
de fazer o que o Galvão faz."
Por cinco anos, Escobar foi comentarista do SporTV. Mas, com a opção
dos canais de colocarem ex-atletas como comentaristas, Escobar
apresentou à direção da TV Globo sua intenção de narrar os jogos.
"Pediram para eu fazer do meu jeito. De forma instintiva. Uma coisa mais
espontânea, uma narração mais conversada, um grande bate-papo."
Uma característica, no entanto, segue intacta na narração: o momento
do gol. "Quando a bola vai chegando perto da área, a tensão aumenta e é
preciso aumentar o ritmo. Não dava para mudar isso também. Seria mexer
demais numa coisa a que se está acostumado há muito tempo."
Ao contrário da maioria dos narradores, Escobar não pretende criar
bordões. "Cada um tem seu estilo. Eu prefiro deixar rolar, acontecer
normalmente." Uma frase já criada, que, segundo Escobar, vai ganhando a
simpatia do público, é quando o repórter o chama e ele atende com "é
você quem vai dizer".
Escobar se anima quando fala da repercussão. "Olha, está sendo melhor
que do que eu imaginava. Sofro algumas pancadinhas (críticas), mas que
são normais. Estou preparado. E ansioso para ver como será na Copa."
Feliz, ele agradece a oportunidade. "Preciso aproveitar cada momento por
que estou passando, pois já atingi um nível que jamais pensei em
conseguir." No fim do mês, Escobar vai comentar dois jogos do Campeonato
Brasileiro, que terão transmissão nacional.
Mas se engana quem acredita que a Copa do Mundo vai ser o clímax para
Escobar. Torcedor do América - tradicional clube do Rio, que completa
110 anos em 18 de setembro, e que vive momento muito difícil na Série B
do Campeonato Carioca -, ele sonha em narrar um jogo do seu time do
coração. "Esse dia será emocionante. Não vejo a hora de isso acontecer.
Narrar um gol do América... Na hora, vou pedir licença, pois vai ser
difícil segurar, mas vai ter de ser com uma vitória. Não adianta o gol
sair e o América perder por 5 a 1", diverte-se. "Gol do América... de
Natal", informou Escobar, durante uma transmissão de um jogo do Vasco,
pela Série B do Brasileiro.
Escobar é um "ídolo" da torcida americana, pois é figura constante
nos jogos da equipe no Estádio Giulite Coutinho, no município de
Mesquita, Baixada Fluminense, a 35 quilômetros do centro do Rio. Com
tênis e bermuda, fica na arquibancada incentivando os jogadores do seu
time de coração, até mesmo quando a partida é em São Cristóvão ou
Madureira.
Escobar tenta transmitir o amor que tem pelo América para o filho
Pedro, de 13 anos. "Quando ele era pequeno, a cada gol do Internacional
de Porto Alegre (que também tem as cores branca e vermelha), eu dizia
que era do América. Agora, com ele mais crescido, não dá mais para falar
isso."
Fonte: Estadão
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