O ministro da Previdência, Garibaldi Filho (PMDB), avalia que a eleição
em Natal será decidida em dois turnos. Ele reconhece o favoritismo da
chapa de Carlos Eduardo (PDT), que tem a ex-governadora Wilma de Faria
(PSB) como vice. Mas avisa: vai botar “sangue pela boca” na disputa, em
Natal e nos municípios mais importantes. Sobre a opção de Wilma ser vice
após três mandatos de prefeita e dois como governadora, o ministro
analisa: “Acho que ela está tentando voltar ao poder, seja a nível
municipal, no futuro uma candidatura majoritária, já que ela teve esse
insucesso. Cabe a Carlos Eduardo analisar isso”.
Para Garibaldi, que não esconde de ninguém que sua maior adversária
política já foi a ex-governadora Wilma de Faria, derrotada por ele na
última eleição ao Senado, Carlos Eduardo deve levantar a orelha e
descobrir o que planeja a ex-governadora. “Não tem aquela história do
sujeito dormir com o inimigo? Aquele risco que a pessoa enfrenta? Tem
até aquele livro, que virou filme, ‘Dormir com o Inimigo’”, diz o
ministro, aconselhando o primo, mas que hoje é adversário político, a
“saber se ele está, realmente, tendo ao lado uma aliada generosa, que
Wilma passou a ser, aparentemente, ao ser a vice dele”.
“Uma pessoa coma biografia dela, passar a ser vice... É a interrogação
que não é minha só, não é malícia política minha e não tenho essa
malícia toda. Mas todo mundo pergunta: por que ela seria agora a vice se
ela foi prefeita três vezes? Foi a titular três vezes? No passado, ele
foi o vice dela”, continuou o ministro, concluindo, todavia: “Mas,
política, dizem que é assim: muito dinâmica. E eu tenho um passado que
me ensina que ela (a política) é assim realmente (muito dinâmica). Você
não pode ficar olhando para trás, pelo retrovisor, dizendo: - Eu não vou
fazer isso por conta do que aconteceu há não sei quanto tempo atrás.
Você tem que ser coerente, mas não tanto de não ver que a política é um
exercício dinâmico”.
OPORTUNISMO
Além de lançar um cabedal de interrogações acerca dos reais propósitos
que envolvem a aliança de Carlos Eduardo com Wilma, Garibaldi Filho, com
a experiência de quem já disputou dezenas de eleições, já sabe como
classificar a união. Para tanto, a palavra chave é “oportunismo
político”. “A princípio Carlos Eduardo procurou aliar o fato de ele ser o
primeiro nas pesquisas àquela que aparecia despontando como a candidata
que iria fazer mais frente a ele naquela oportunidade. Foi uma aliança
que, apesar de que eles estiveram juntos aí durante muito tempo, e ele
foi vice dela, e agora está se dando o reverso da medalha, eu diria que
foi uma tática oportunista de juntar os dois que no momento estavam
nessa situação”, disse. “Mas como o quadro mudou. Quem diria que a
própria Wilma fosse vice de Carlos Eduardo?”
Para o ministro, a questão dos escândalos administrativos –
“foliaduto”, “ouro negro”, “superfaturamento da ponte”, “sinal fechado”,
dentre outros – do governo Wilma não é o que mais conta, no caso,
porque ela é “apenas” vice. “Pode ser que pesem, mas, às vezes, a
população não leva muito em consideração. Ela vai ser apenas a vice, se
ela fosse a titular, ela estaria mais exposta a isso”, observou.
CAMPANHA
Ciente de que passará a semana em Brasília, nas atribuições do
Ministério, o líder do PMDB potiguar diz que nos finais de semana se
dedicará integralmente à campanha, em Natal principalmente, e nos
principais municípios do Estado. “Vou participar como eu poderei, vou
dar tudo de mim. É uma campanha que será feita, sobretudo, pela
televisão aqui em Natal. Mudou um pouco, já fui candidato a prefeito e
cheguei a ir de casa em casa. Hoje não, a TV monopoliza o debate. Mas
eu, claro, eu não quero aqui deixar de dizer isso, podem acreditar, eu
vou botar sangue pela boca, maneira de dizer, para ajudar, porque a
eleição do município é indispensável para qualquer projeto político
maior. Ela é a base”, destacou.
Fonte: Jornal de Hoje
Nenhum comentário:
Postar um comentário